sexta-feira, 30 de novembro de 2007

A Bolívia de Evo Morales ( artigo)



Bolívia
O que se pode esperar do governo socialista de Evo Morales?


Maioria e minorias de um país em criseUm programa como esse - bastante ambicioso - já seria difícil de conseguir numa sociedade coesa, que dirá num país como a Bolívia, marcado por profundas diferenças étnicas, sociais e ideológicas? As dificuldades já podem começar no Congresso, onde o presidente conta com um bancada que chega a quase a metade das cadeiras, mas a maior parte das reformas precisa ser apoiada por maioria de dois terços.
Não bastasse isso, quando se fala que Morales é um político de esquerda, outros problemas entram em pauta. O esquerdismo de Morales não será apenas retórico, com inúmeras promessas radicais que, após a posse, poderão ser consideradas por ele mesmo como simples "bravatas"? Nós já não vimos esse filme em outro cinema?
Na Bolívia, o líder indígena Felipe Quispe e seu grupo político, o MIP (Movimento Indígena Pachakuti), que está à esquerda de Morales, prometeu-lhe uma trégua de 90 dias, mas já declarou à Agência Folha que "o governo de Morales será parecido com o de Lula, não mudará nada. Sou seu inimigo político e não acredito que ele deixará de ser o político tradicional que sempre foi".
Mudança de discursoVale lembrar que dois dias após a posse, Morales já começou a dar indícios de uma postura menos radical do que na campanha. Diz-se "disposto a manter relações de respeito mútuo com os EUA", em vez de aumentar o tom de suas costumeiras críticas a George Bush. Em termos geopolíticos, portanto, a Bolívia não deve estar tão alinhada à Venezuela do autoritário Hugo Chavez.
O problema principal dos EUA com Morales talvez seja a questão da coca, já que seu "esquerdismo", se for mesmo comparável ao de Lula, deve receber os mesmos elogios do governo norte-americano.
Quanto à coca, o caso é mais grave. O plantio e o uso da coca fazem parte da tradição cultural indígena do país. Mascada, ela reduz a sensação de fome e cansaço. Também contém ingredientes que podem ser usados pela medicina, sendo por isso uma mercadoria de valor. Entretanto, a planta, uma vez refinada, pode ser transformada em cocaína. Os Estados Unidos querem reduzir o plantio para combater o narcotráfico. Morales quer aumentar a produção de coca, mas promete "cocaína zero e narcotráfico zero".
Será que isso é possível? Não é o que pensa Bush, nem o delegado Mauro Sposito, coordenador de Operações Especiais de Fronteira da Polícia Federal brasileira. Sposito declarou à Agência Folha que o crescimento do plantio de coca pode aumentar à entrada de pasta de coca no Brasil. A pasta de coca é o principal componente do crack. Ou seja, enquanto a cocaína (mais cara) iria abastecer os países ricos do hemisfério norte, a pasta de coca (mais barata) viria para o mercado brasileiro.
O petróleo é nosso?
Esse, aliás, não é o único problema que a eleição de Morales apresenta para o Brasil. Mais graves são as promessas de nacionalização de gás e petróleo feitas pelo presidente eleito boliviano. Morales já anunciou que nacionalizará duas refinarias da Petrobras, sem esclarecer de que maneira. O governo brasileiro e Lula, simpáticos a Morales, acreditam que ele vá comprá-las por um preço justo. Mas, cá entre nós, a credibilidade de Lula e do governo brasileiro andam bem baixinhas, não é mesmo?
Por isso, nessa questão, apenas uma coisa é certa: O Brasil não deverá abrir mão dos grandes investimentos que fez em gás e petróleo na Bolívia nos últimos anos, por maior que seja a solidariedade entre os governos. Assim, enquanto Morales e Lula trocarem juras de amor em público, um jogo pesado de negociações deverá acontecer nos bastidores diplomáticos.
Finalmente, uma última questão não deve ser esquecida: o líder indígena Evo Morales tem competência para exercer o cargo a que foi eleito? Pode ser que sim, mas, por via das dúvidas, tem o intelectual Álvaro García Linera como vice-presidente. García conquistou credibilidade e simpatia junto à classe média boliviana para a chapa que compôs com Morales e, segundo se diz, deve ser a eminência parda do governo.



sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Ilha dos Frades, Turismo e Abandono

O Turismo nos últimos anos vem movimentando milhões de dólares no Estado da Bahia de todos os santos, considerada a maior baía brasileira. Com 1.223 quilômetros quadrados de área, possui não só uma grande importância ecológica, pois abriga variados ecossistemas, como também uma grande importância econômica, pois se trata de uma região com grande potencial turístico.


Situada no centro da Baía de Todos os Santos (BST), A Ilha dos Frades apresenta para moradores e turistas belíssimas paisagens. Considerada reserva ecológica desde 1982, possui a forma de uma estrela de 15 pontas, com belas praias, grandes coqueirais e cachoeiras e ainda suntuosas montanhas e lagos. Com uma vegetação típica de Mata Atlântica e com a existência de árvores nativas, inclusive o pau Brasil, a Ilha dos Frades é considerada um agradável passeio para quem gosta de manter contato mais próximo com a natureza.


Com apenas seis quilômetros de extensão, pertencendo ao município de Salvador e situada um pouco mais de 20 km desta cidade, a Ilha dos Frades ocupa uma área de aproximadamente 1.335 hectares e quase 2000 mil habitantes. Para se chegar a Ilha é necessário que turistas percorram o trajeto até Madre de Deus, situada há 50 km da cidade de Salvador, e de lá sigam por meio de barquinhas até as praias desejadas.
Pode-se também chegar ao destino por meio de escunas e lanchas, que saem da cidade em direção às praias mais próximas. Como Loretto, Paramana, Ponta de Nossa Senhora, Pontal, Toba, Tobazinho, Bom Jesus dos Passos, dentre outras. O Turismo propiciou grandes mudanças sócio-econômicas e ambientais na ilha.
Com a sua expansão trouxe consigo benefícios e malefícios. Como benefício vale ressaltar a chegada da energia elétrica na ilha dos frades, no ano de 2003, que para os moradores foi de grande importância. Segundo o senhor Nilton da Silva, pescador e morador da ilha há mais de 10 anos “Foi um avanço enorme, visto que propiciou um desenvolvimento maior, tanto no setor econômico, pois o turismo aumentou, quanto no setor de entretenimento, pois hoje nós podemos ficar até mais tarde acordados, proseando e nos divertindo”, contou o pescador.


Mas assim como um grande avanço tem os dois lados da moeda, é também sabido que as atividades turísticas em ambientes costeiros são bastante complicadas, pois apesar de produtivos, os ecossistemas das ilhas são muito vulneráveis, podendo ter sua integridade ameaçada com o desequilíbrio ambiental trazido pela presença das destrutivas ações humanas no local.


Apesar disso, moradores da Ilha dos Frades não reclamam do crescimento e da presença em grande quantidade de turistas, 50% provenientes de outros estados e até países. Para Peixinho, dono de uma das barquinhas que levam os moradores até as praias como Paramana e Loretto, o turismo é um negócio rentável, visto que traz melhoras no campo econômico.


Educação - O vilarejo de Paramana possui como única fonte de educação o colégio Municipal Marcilio Dias, que Segundo Gilvania Santiago educadora e voluntária do programa Telecurso, realizado pela Fundação Roberto Marinho, a ilha de Paramana não possui escola pública de 1º e 2º grau. O colégio Municipal Marcilio Dias, existe há mais de 100 anos e possui apenas de 1ª a 4ª série. O Telecurso, onde atuando como espécie de segundo grau, conta com o apoio da Prefeitura Municipal de Salvador , que cede o espaço, onde funciona o mesmo e também fornece o material didático do programa.


Também é importante salientar as dificuldades enfrentadas pelos moradores da Ilha. A falta de saneamento básico, a precariedade da educação, onde crianças para estudar, se deslocam da Ilha de Paramana até o município de Madre de Deus, pelas barquinhas que saem de 10 em 10 minutos da Ilha e levam em torno de 15 a 20 minutos para chegar à cidade.


Custos - As barquinhas que fazem à travessia de Paramana - Madre de Deus, ou vice-versa, custam em torno de dois reais por viajem, ou seja, os alunos que precisam estudar têm o custo diário de quatro reais, fora a merenda e os custos dos materiais escolares.


É importante lembrar que a Ilha dos Frades já não é mais de tão fácil acesso, pois como é notório a ilha está praticamente privatizada. O suposto dono, segundo moradores e funcionários, é conhecido pelo nome de Suarez, onde em uma das praias da Ilha possui um “zoológico”, no qual seus próprios funcionários informaram que se trata de uma “preservação de animais” , porém não estão autorizados a ceder mais informações e muito menos a permitir o acesso dos moradores, turistas e curiosos. Para inibir a população perto de sua propriedade, o suposto dono, mantêm homens que possuindo pequenas lanchas e acessórios como walk tok e binóculos fazem à segurança impedindo a aproximação de toda a população.


A parte privativa da ilha abrange mais da metade da mata atlântica existente no local. Para reforçar o poder de posse foi colocado cercas e placas, onde informam a todos que é proibido o acesso, pois se trata de uma propriedade privada. Segundo moradores, Suarez compra barracas e manda derrubar, já possui algumas e vem tentando adquirir a posse de outras. Há pouco tempo começou a reformar a parte externa da Igreja de Loretto, porém não se sabe com que intuito.


É preciso abrir os olhos dos órgãos públicos para o estado calamitoso que se encontra a Ilha dos Frades. Os problemas com a saúde, com a infra-estrutura da ilha e com a educação, talvez um dos maiores problemas encontrados são de estado urgente.

Lenda - A ilha carrega este nome, segundo a lenda, por causa de dois índios tupis que ao sentirem-se ameaçados pela presença de dois frades na ilha, que chegaram com o intuito de catequizá-los, acabaram os assassinando. O nome pegou e até hoje moradores sustentam essa história Apesar desses problemas, a Ilha dos Frades possui um grande acervo histórico, como a Igreja de Nossa Senhora do Loretto do período Barroco, construída no século XVII que há algum tempo foi reformada pela Petrobrás.

ARVORISMO: A NOVA MODA RADICAL




Em Itacaré existe um novo esporte o arvorismo que é uma modalidade de esporte de aventura que consiste na travessia de pontes formando um percurso acrobático, interligado por plataformas fixadas nas árvores. Atividades como trapézio, teia de aranha, falsa baiana, tirolesas e outras são realizados a alguns metros de altura do chão.
Para exercitar o arvorismo, não é necessário ser atleta, precisa apenas muita disposição e coragem para superar os desafios. Com a supervisão de monitores treinados e o kit arvorismo (cadeirinha, cabo de segurança, mosquetão, polia e capacete), os aventureiros estimulam a capacidade individual, exercitando o corpo e a mente, desenvolvendo o equilíbrio interior e aliviando o stress diário através da adrenalina.
O traje devido para praticar o arvorismo é obrigatório o uso de tênis ou sandálias fixas nos pés e também recomendamos o uso de shorts ou bermudas, camisas ou camisetas e estar com cabelos longos presos e ter a partir de 1.45m.
Existem vários tipos de arvorismo que é contemplativo que nasceu na Costa Rica nos anos 80, esse percurso tem como principal objetivo a observação da natureza. O praticante caminha por passarelas protegidas por redes, que estão suspensas entre as árvores e o acrobático, neste tipo de percurso os praticantes precisam de um pouco mais de equilíbrio, coordenação e ousadia. Sempre presos a um cabo de segurança e utilizando equipamentos adequados, os praticantes caminham sobre cabos, se penduram em redes e deslizam em tirolesas. Esse tipo arvorismo nasceu na França no fim dos anos 90.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

TRANSPORTE ALTERNATIVO FAZ SUCESSO


O surgimento do Transporte Alternativo segue a lógica do desenvolvimento das forças produtivas globais do capitalismo.
Na pesquisa realizada junto aos trabalhadores do Transporte Alternativo, obtiveram-se dados que já demonstram essa situação. Em um universo de 47 agentes entrevistados, 27,5% são ex-funcionários públicos, 22,5% ex-comerciários, 12,0% ex- motoristas e cobradores de empresas de ônibus urbano.

A deficiência do transporte regular (ônibus), começando pelo preço alto e, além disso, outros fatores (ausência de conforto e confiabilidade) proporcionam a atração da população a um serviço de mais qualidade que são oferecidos pelos alternativos.
Considerando que a maioria das legislações que regulamenta o transporte alternativo, prestado por vans ou motocicletas, define que a delegação do serviço é feita somente à pessoa física, o instrumento aplicável ao caso é a permissão, não podendo ser utilizado outro, como a concessão, destinada a regular a relação entre o poder público responsável e a pessoa jurídica prestadora do serviço.